Início Comunicados Documentos Multimédia Ligaçons

terça-feira, 22 de março de 2011

Chávez nem financia nem edita livros

Lendo hoje os comentários no El Mundo relativamente ao voto negativo de BNG e IU ao ataque criminal contra a Libia, encontro um que liga o voto negativo do BNG ao financiamento de Chávez do «independentismo» galego e á amizade de Gadafi com o presidente venezuelano.

Poderíamos acrescentar mais: o independentismo galego é financiado por Berlusconi, até há dous días íntimo de Gadafi, e um dos accionistas maioritarios de quanta indústria existe em Itália, polo que a Fiat e outras empresas tamém colaboram com o indepemdentismo galego.

Todas estas interaçons e conexons, estrafalárias, venhem dos ventos que semeiam os media, quando tratam o tema venezuelano ou os nacionalismos que eles definem como «periféricos» das naçons sem Estado do Estado espanhol.

O que nom conta, nem sabe, El Mundo sobre Lo gallego de Simón Bolívar, de Xosé Sesto

Reconheçámo-lo: o jornalista todo-o-terreio Herminio Carcacia logrou semear umha pequena tempestade para colher um vento frouxo.

A historia de Lo gallego de Simón Bolívar nasce há mais de 10 anos, quando atopei o livrinho, editado pola Hermandad Gallega de Venezuela, na biblioteca do Colégio Castelao, em Caracas. Falara com o filho de Sesto, o daquela vice-ministro da Cultura, Farruco, solicitándo-lhe a autorizaçom para o reproduzir, ponto que aceitou.

O livro original nasce da solicitude da comunidade galega na Venezuela em 1982, através da pluma do galego-venezuelano Xosé Sesto, de que nom fora derrubada a casa dos devanceiros de Simón Bolívar em Elvinha, na Corunha, o Paço de Penarredonda, onde tinha passado vários días Bolívar com a sua mulher espanhola, María Teresa Toro, antes de embarcar cara à Venezuela em 1802.

A passagem de Bolívar por Penarredonda nom é casual, era a casa dos seus familiares e em 1775 Juan Vicente Bolívar e Ponte, pai do Libertador, estava na Corunha a tentar solicitar todos os bens herdados da sua familia, entre eles o Paço de Penarredonda.

A reivindicaçom do sangue galego e da galeguidade de Bolívar era umha postura revolucionária, depois da sobredimensionada origem basca de Bolívar e a conotaçom pejorativa que do galego há em países como a Venezuela.

O cônsul e amigo David Nieves pediu-me o folheto para a reediçom por parte do Consulado da Venezuela em Vigo, com a intençom de honrar o galeguista Xosé Sesto, quem restaurara a Ata de Independência da Venezuela, de dar a conhecer aos galegos as orígens galegas de Simón Bolívar e de achegar aos venezuelanos que Bolívar nom só tinha raízes em Euskal Herria, mas também na Galiza.

Do interesse do cônsul David Nieves e do labor de confraternidade da Associaçom Galega de Amizade com a Revoluçom Bolivariana e as achegas escritas de Moreda, Morais e Portela nasce a ediçom facsimilar galega de Lo gallego de Simón Bolívar de Xosé Sesto.

Teimosa e equivocadamente, Herminio Carcacia assegura que o livro está escrito em galego reintegrado, quando a realidade é que está escrito em espanhol e só as achegas dos colaboradores forom escritas em galego.

Assegurar que o galego reintegrado nom é «reconocido por ninguna de las instituciones acreditadas» é um alarde de ignoráncia por parte de Carcacía, em primeiro lugar porque nom sabemos que acredita as instituiçons, se calhar o próprio jornalista, e significa desconhecer que na Galiza existe umha Academia Galega da Língua e associaçons como a AGAL, de reconhecido prestígio, como para que Herminio Carcacía decida degradá-las ou desaparecê-las.

A queima da bandeira espanhola que aparece na reportagem, de estar vivo, poderia ser protagonizada polo próprio Simón Bolívar sem nengumha dúvida. O seu Decreto de Guerra a muerte (1813) no qual condenava «espanhóis e canários» com a morte se nom participavam ativamente nas guerras de independência contra a tirania do Império espanhol custaria a Bolívar hoje um preço pola sua cabeça, comparecer perante a Audiência Nacional espanhola e umha condena por terrorismo sem atenuantes.

«Quando ouço a palavra cultura, saco logo a minha pistola»

Nem ser independentista nem republicano, agora, é delito no Estado espanhol. O Consulado da Venezuela em Vigo depende administrativamente doMinisterio del Poder Popular para Relaciones Exteriores da República Bolivariana da Venezuela, razom pola qual este Ministério, e nom o presidente Chávez, ajuda à ediçom do livro de Xosé Sesto.

É tam suspeito editar livros? Que intelectuais marxistas como Nestor Kohan deem palestras tampouco representa delito... neste momento, muito menos que estejam programados nas três naçons sem Estado da Península Ibérica. Se quigerem que vaia a Madrid... que o convidem.

A Associaçom Galega de Amizade com a Revoluçom Bolivariana, da qual fago parte como simpatizante, tem basamento legal ao abrigo da Constituiçom espanhola no Titulo I. Dos dereitos e deberes fundamentais, artigos 14, 16, 20, 21 e 22; todo o que puderem escrever os media, neste caso o El Mundo, é um atentado à liberdade ideológica, de opiniom, reuniom e associaçom, mais umha prova de que o revólver aínda está no cinto.