Início Comunicados Documentos Multimédia Ligaçons

domingo, 13 de julho de 2008

AGARB participou nos actos comemorativos do 5 de Julho


Umha delegaçom da Associaçom Galega de Amizade com a Revoluçom Bolivariana participou activamente nas iniciativas do Consulado da República Bolivariana da Venezuela na Galiza para comemorar o Dia Nacional coincidindo com o 197 aniversário da independência.
Na manhá do sábado 5 de Julho foi depositado um ramo de flores no monumento a Simon Bolívar em Vigo.






Posteriormente, na terça-feira 8 de Julho interviu no acto realizado no Museu Verbum, Casa das Palavras de Vigo após a intervençom do Cónsul Geral David Nieves Banchs. Reproduzimos integramente o seu discurso.

Boa tarde amigas e amigos, companheiras e companheiros:

14 de Agosto de 1805, no Monte Sacro, em Roma, Simón Bolívar proclamava diante de Simón Rodríguez e do seu amigo Francisco Rodríguez del Toro que nom descansaria enquanto nom libertasse toda a América do domínio espanhol. O lugar tinha grande valor simbólico umha vez que fora palco do protesto dos pleveus contra os aristócratas na Roma antiga.

Em 1806, ainda na Europa, Bolívar tomou conhecimento dos primeiros movimentos em favor da independência da Venezuela, protagonizados polo general Francisco de Miranda, decidindo que chegara a ocasiom de retornar ao seu país natal e cumprir a sua palavra. Como era previsível cumpriu com a dívida contraída solenemente.
5 de Julho de 1811 era proclamada a independência.

Nós, hoje, a Associaçom Galega de Amizade com a Revoluçom Bolivariana, como no passado sábado ante o monumento ao libertador, queremos honrar ao povo trabalhador da Venezuela revolucionária e anti-imperialista no 197 aniversario da derrota do colonialismo espanhol.
Desde aqui, desde Vigo, a maior cidade da Galiza, da naçom mais ocidental da Europa, desde onde partiram milhares de galegas e galegos fugindo da fame; exilados e exiladas políticos, fugidas da violência fascista, emigrantes que a Venezuela acolheu com as maos abertas, queremos mostrar a nosso sincero e profundo agradecimento ao povo venezuelano.

A generosidade da Venezuela também permitiu a criaçom da retaguarda para a nosa luita de libertaçom nacional e social, fornecendo umha base para construir organizaçons antifranquistas e revolucionárias.Porque amigas e amigos, companheiras e companheiros, Galiza, o povo galego, ao igual que em 1811 Bolívar e hoje o processo encabeçado polo Comandante Hugo Chavez, necessita soberania para poder sair do atrasso que nos condena o capitalismo e a dependência espanhola.

Hoje sentimos dor e vergonha de pertencer a umha Europa desmemoriada e xenófoba que dicta umha chamada diretiva do retorno, indigna e que se submete, mimética, à vontade de delincuentes como Berlusconi ou de políticos- espectáculo como Sarkozy ao ritmo de umha banda sonora, um novo cd, cantada pour la premier dame de la République Française: comme si de rien n´ètait. O titulo é bem premonitorio, significativo; como se nada fora poderia ser o hino à passividade cúmplice dos cínicos, dos que falsamente se apresentam como progressistas.

O nosso compromisso nasce com umha olhada de reciprocidade; carente de eurocentrismo, como modesto contributo de simpatizantes e activistas da esquerda soberanista, a finalidade de impulsionar projectos e intercâmbios desde a solidariedade internacionalista; parte substancial da identidade e vocaçom da esquerda.

Venezuela e o seu processo necessita de mais amigos e mais amigas. Luitaremos, na nossa medida, contra a desinformaçom e a distorsom informativa perfeitamente desenhada polas grandes corporaçons que operan em Latinoamérica e as Caraíbas a través de jornalistas e de jornais oficiosos e colaboracionistas.

A nossa luita anti-imperialista também é a luita contra a manipulaçom informativa. O governo dos EEUU, império em profunda decadência moral e econômica, é o protótipo por antonomásia, de governo imperialista, promotor de todo tipo de acçons paralelas alegais e ilegais contratadas mesmo desde a Casa Branca; buque insígnia da privatizaçom do estado (a propriedade pública gerida como privada; como simulacro e sinônimo de eficácia). A infámia de Guantánamo é só um exemplo da sua impunidade. Dizer que recorrem a "práticas proibidas" é superabundar no aumento da compilaçom de eufemismos nos que superam aos próprios nazis.

A Associaçom Galega de Amizade com a Revoluçom Bolivariana queremos ser umha ferramenta crítica e solidária que difunda na Galiza o processo revolucionário da Venezuela. O nosso compromisso implica umha nova linguagem para umha nova situaçom de esperança como já entenderam os precursores dum marxismo com linguagem própria como Mariátegui que foram parte e assumiram os movimentos de libertaçom alá onde surgissem.
Muitas e muitos, acreditamos que esta atitude internacionalista, com nova olhada de reciprocidade, é parte intrínseca de luita anti-imperialista contra a globalizaçom neoliberal que socava a democracia potenciando a deslocalizaçom, a precariedade laboral, as agressons ambientais, aniquilando sem escrúpulos culturas e povos, pretendendo apropriar-se de vastas zonas virgens da Amazonia.

Hoje a República Bolivariana da Venezuela vive, interpreta e escreve, de umha nova maneira, o socialismo do século XXI. O seu exemplo é de esperança para as excluídas e os excluídos, para os pobres do mundo: vontade de vencer que nos contagia com o seu processo emancipador. É a herdeira orgulhosa do projecto continental de Simon Bolivar.
Representa a soberania dos povos, umha via para segunda e real independência abraçando, como nom podia ser de outro jeito, o caminho do Socialismo.

Viva a República Bolivariana da Venezuela!!